domingo, 29 de agosto de 2010

Panelinhas no trabalho prejudicam a produtividade.

Elaine Saad

Pare por um minuto e observe as atitudes de uma criança. Verá que muitas das coisas que somos quando adultos começam desde cedo. Nossa natureza nos faz agir, reagir e nos comportar de maneira muito peculiar e exclusiva, própria de cada ser humano. É uma combinação do que somos com o ambiente em que fomos criados.

Quando observamos os grupinhos de jovens que se formam a cada dia nos colégios, condomínios, clubes, entre outros lugares, conseguimos identificar algo muito interessante.

A primeira observação é a de que as pessoas se agrupam por alguma identidade, seja de interesse ou de comportamento. Mais do que se agruparem, elas elegem outra turma para competir. Sem competição não tem a menor graça, já que eleger um vencedor é um atributo importantíssimo para esses grupos.

Trazendo esse cenário para as organizações, novamente reparamos que as atitudes se repetem. Se você tiver a oportunidade de analisar diversas empresas, certamente chegará ao denominador comum de que a formação de "panelas" é um dos principais motivos pela não obtenção de resultados.

É incrível ver pessoas adultas, supostamente maduras, brigando por espaço, discutindo por interesses pessoais, competindo para provar pontos de vista que nada agregam para o negócio, mas agregam para eles próprios. Neste caso, vão para casa mais felizes por terem conseguido mandar um e-mail para o chefe falando mal de alguém ou por terem conseguido atacar o outro numa vingança infantil e sem fundamento.

No final, este funcionário encerra o seu dia com uma sensação boa, de vitória, mesmo que não tenha conquistado nenhum resultado significativo para a organização. Cria inimigos dentro da própria empresa, além dos inimigos que o próprio mercado já impõe.

A justificativa que vejo nisso é que muitas pessoas têm insegurança do que são, do que fazem e do que representam. Elas necessitam se apoiar no bando para poder atingir algo que imaginam ser o sucesso ou a realização.

Conheci poucas pessoas de autoestima boa, que se realizam com aquilo que são e com o que fazem. Que ficam felizes pelo outro, pelo colega, que afinal está do mesmo lado. A maioria, para se perceber vitoriosa, necessita ver o outro derrotado. Luta desvairadamente por um reconhecimento, por um parabéns, por uma palavra de elogio. O que não percebe é que se o elogio não vem de si próprio primeiro, nunca o elogio do outro vai bastar, pois sua autoimagem não é satisfatória.

O papel do líder atual é lutar para que essas "panelinhas" empresariais sejam diluídas ou minimizadas. Apesar de serem da natureza do ser humano, são contraproducentes, atrapalham o desenvolvimento das pessoas e destroem a maior força contra o concorrente que é a capacidade de trabalhar em conjunto.

Fonte: Emprego Certo - Dicas.

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