Meirelles diz não haver espaço para manobra irresponsável no BC.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira em palestra para empresários mineiros em Nova Lima (região metropolitana de Belo Horizonte) que há "muito pouco campo de manobra para tentativa de programa irresponsável" com a política monetária adotada pelo BC.

A declaração de Meirelles foi em resposta a um questionamento sobre o que pode acontecer com a política monetária do país se o vencedor da eleição presidencial for Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB). Ele evitou estabelecer comparação.

Meirelles, contudo, disse que os candidatos têm se manifestado sobre suas propostas e que as pessoas deveriam verificar "qual a visão de hoje e de ontem" e "qual dos candidatos está mais comprometido com o Banco Central independente e com a manutenção da atual política".

"Não preciso falar, todos podem fazer o seu julgamento", disse ele, mas acrescentando que "a população não quer aventura" e que pesquisas têm mostrado que "a própria população está direcionando os políticos".

Segundo Meirelles, não mais apenas os empresários entendem bem a política monetária nacional. A população também entende e considera o momento uma "conquista para o Brasil".

No encontro promovido pela revista "Viver Brasil", com patrocínio da Usiminas, Meirelles disse ser "fundamental" o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo, porque propicia o financiamento para a classe de renda mais baixa.

Ele fora questionado sobre o risco de uma bolha imobiliária, quando disse que o importante é não haver aumento excessivo do crédito baseado no valor do aumento do imóvel. Disse que o BC adota "normas prudenciais" para evitar esse tipo de problema.

 

JUROS

Sobre os juros, Meirelles disse que, em consequência da estabilidade, da inflação controlada e do risco menor, porque "todos têm mais confiança no futuro", há uma "queda consistente nas taxas de juros no país".

Ele se referia à taxa de juros do mercado futuro, de 360 dias, descontada pela inflação de um ano, que varia de acordo com a contração e a expansão da política monetária. "A tendência é declinar", afirmou.

Meirelles acrescentou: "Basta manter uma política de responsabilidade que a tendência é a taxa de juros cair".

 Fonte: Folha Online.