Apesar de prever mais tempos difíceis para os Estados Unidos e para a Europa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mantém-se otimista quanto ao futuro da economia brasileira. Neste ano, de acordo com ele, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vai crescer cerca de 7%, registrando a maior expansão desde 1986.
"Esse não será um resultado pontual. A economia foi ganhando corpo nos últimos anos e de 2011 a 2014 teremos condições de crescer em média 5,5% ao ano de forma sustentável", disse Mantega.
Para o segundo trimestre, ele limitou-se a dizer que o crescimento da economia brasileira vai ficar entre 0,5% e 1% no segundo trimestre. O dado oficial vai ser divulgado na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Durante o 7º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo, Mantega destacou que o crescimento do Brasil terá como base o forte consumo e grandes investimentos.
A expectativa é de que, em 2010, o aumento da formação bruta de capital fixo seja de 22%.
"Além disso, o IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação "oficial"] deve ficar entre 5% e 5,2% (neste ano), o que, para um crescimento de 7%, é muito bom", ressaltou.
Para o ministro, o enfraquecimento das economias desenvolvidas não vai impedir o Brasil de crescer com robustez. Mantega prevê expansão de apenas 1% para as economias dos países europeus e de 2,5% para os Estados Unidos.
"Mas não vejo o perigo de dupla recessão. Haverá uma recuperação lenta", avalia. "O Brasil tem sabido transformar dificuldades em oportunidades. Até os juros altos podem ser uma vantagem porque podemos baixá-los para estimular a economia. O Bernanke (presidente do banco central dos EUA) está desesperado porque não tem como impulsionar a economia", complementou.
Mantega admitiu, porém, que a taxa básica de juros Selic "está longe da ideal". Ele enfatizou que o próximo governo está herdando uma economia sólida, que apresenta crescimento nos investimentos públicos e um setor de construção "bombando".
Fora isso, Mantega citou um estudo da FAO-OCDE que projeta o Brasil como líder da expansão agrícola mundial.
Fonte: Valor Economico Online
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