sexta-feira, 15 de abril de 2011

'Economist' alerta para eventual desaceleração em economias emergentes.

Ainda que venham se beneficiando de uma situação econômica favorável, as grandes economias emergentes, como China, Brasil e Índia, devem ficar alertas para uma possível desaceleração brusca, segundo uma reportagem publicada nesta quinta-feira pela revista britânica"The Economist".

“A crise econômica pode ter sido severa para o mundo rico, mas para as economias emergentes ela foi quase um triunfo. (...) Se projeções de crescimento futuro para as economias emergentes parecem auspiciosas, porém, a história aconselha cautela”, diz a revista.

De acordo com a Economist, uma economia emergente tem a vantagem de poder usar ideias e tecnologias bem-sucedidas de países ricos para crescer. No entanto, quando atinge um nível de desenvolvimento próximo ao das economias avançadas, “precisa começar a inovar por conta própria”.

A revista diz que, então, o crescimento econômico pode desacelerar, como ocorreu na Europa Ocidental e nos Tigres Asiáticos, ou sofrer uma queda brusca, como na América Latina nos anos 1990. Como as economias emergentes têm sido o motor do crescimento global, afirma aEconomist, resta saber quando o limite delas será alcançado.

A publicação cita um estudo em que pesquisadores da Universidade da California, do Banco de Desenvolvimento Asiático e da Universidade da Coreia examinaram dados econômicos desde 1957 numa tentativa de identificar potenciais sinais alarmantes.

“O que surge é uma estimativa de um limiar crítico: em média, a desaceleração do crescimento ocorre quando o PIB per capita atinge cerca de US$ 16.740 em paridade do poder de compra. A taxa média de crescimento então cai de 5,6% ao ano para 2,1%.”

O veloz crescimento da China, diz a revista, indica que ela deverá alcançar o limiar em 2015, “bem antes de Brasil e Índia”.

“Dada a longa lista de fatores de ricso da economia chinesa – incluindo uma população mais velha, baixos níveis de consumo e uma moeda substancialmente subvalorizada – os autores sugerem que as chances de uma desaceleração são maiores do que 70%.”

A Economist pondera: diz que o FMI prevê taxas de crescimento para a China acima de 9% até 2016 e que uma desaceleração para entre 7% e 8% não soa assustadora.

“Mas experiências passadas indicam que desacelerações são frequentemente acompanhadas por crises”, diz a revista, que aconselha “reformas estruturais para ajudar a amortecer os efeitos de uma desaceleração”.

“Seria sensato para a China buscar essas reformas durante os anos gordos, e não nos magros que, eventualmente, virão”.

Fonte: Uol Economia.

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