sexta-feira, 4 de março de 2011

Dólar cai a R$ 1,645, menor cotação desde agosto de 2008.

A cotação do dólar comercial fechou em queda de 0,42% nesta sexta-feira (4), a R$ 1,645 na venda. Com isso, a moeda norte-americana registra a menor cotação desde 29 de agosto de 2008 (quando valia R$ 1,632).

No acumulado da semana, o dólar teve desvalorização de 1,14% e, no ano, de 1,26%.

O dólar fechou na mínima em dois anos e meio, acompanhando a fraqueza da moeda no exterior em meio à alta nos preços do petróleo e perspectivas de ingressos de recursos ao mercado local.

A trajetória descendente continuou mesmo após o Banco Central realizar quatro operações de compra de dólares no mercado.

Pela manhã, o BC fez um leilão no segmento a termo e logo em seguida um no mercado à vista, com taxas de corte de R$ 1,654 e R$ 1,646, respectivamente.

À tarde, a autoridade monetária comprou novamente no segmento a termo --definindo como corte a taxa de R$ 1,648-- e também em seguida realizou um leilão de aquisição de dólares no segmento à vista --corte de R$ 1,644.

A artilharia do BC, que também tem incluído leilões de swap cambial reverso, encaixa-se na estratégia do governo de frear a valorização do real e proteger os exportadores.

Jason Viera, analista internacional da corretora Cruzeiro do Sul, considera que as atuações do Banco Central têm impedido uma queda mais acentuada do dólar, mas aposta que a tendência para a moeda no curto prazo segue de baixa.

"Se a gente imaginasse um cenário em que o BC estivesse ausente, o dólar estaria na casa de R$ 1,50, ou até menos. Não vejo perspectiva de mudança para o dólar no curto prazo, uma vez que também não há expectativa de que o juro nos Estados Unidos vá subir logo", afirmou à Reuters Jason Vieira, analista internacional da corretora Cruzeiro do Sul.

Para os analistas do banco francês BNP Paribas, a quebra do suporte de R$ 1,65 abre espaço para mais altas do real.

De acordo com Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil, a fraqueza da moeda nesta sessão também é explicada pela alta nos preços do petróleo em Nova York e Londres, o que pressionava a moeda em todo o mundo.

"O petróleo acima dos US$ 100 é ruim para o dólar. Uma vez que os preços da commodity são negociados em dólar, a relação fica inversamente proporcional", comentou à Reuters.

Os preços do barril em Nova York fecharam acima dos US$ 104, maior patamar desde setembro de 2008, enquanto o Brent em Londres valia quase US$ 116.

Tony Volpon, chefe de pesquisa para mercados emergentes nas Américas do Nomura, acredita que o aumento nos preços das commodities têm amparado o real em duas frentes:

"Primeiro porque, na condição de importante exportador de matérias-primas, o Brasil se beneficia dessa alta. Segundo, a piora nas expectativas de inflação levou o Banco Central a iniciar um aperto monetário", escreveu em relatório.

O mercado de câmbio ficará fechado na segunda e terça-feiras devido ao feriado de Carnaval. As operações serão retomadas na quarta-feira, mas a partir do período da tarde.

Fonte: Uol Economia.

 

 

 

 

 

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