quinta-feira, 11 de novembro de 2010

BC detectou falhas no PanAmericano há 6 semanas.

O Banco Central está "totalmente tranquilo" em relação à saúde do Banco PanAmericano (BPNM4) em particular e ao sistema financeiro como um todo e entende que a solução dada ao desequilíbrio da instituição controlada pelo Grupo Sílvio Santos foi a "ideal".

"A solução foi a sonhada por qualquer supervisor no mundo inteiro", afirmou uma fonte do BC, sob a condição de anonimato.

O PanAmericano anunciou na noite de terça-feira (9) que seu controlador vai aportar R$ 2,5 bilhões na instituição, em operação destinada a restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez do banco.

A injeção de recursos ocorre após o BC ter detectado, há cerca de seis semanas, indícios de que o PanAmericano não estava registrando devidamente operações de venda de carteiras de crédito em seus balanços. As carteiras, portanto, continuavam a ser contabilizadas como ativos da instituição apesar de não pertencerem mais ao banco.

"O controlador, atendendo a chamada do Banco Central, se responsabilizou pelo problema, aportou recursos, recursos privados, em transação toda privada", afirmou a fonte do BC.

"Preservou-se os interesses dos depositantes, preservou-se a saúde e a rigidez do sistema financeiro como um todo e também os próprios interesses dos demais acionistas não-controladores, que têm inclusive entre eles a Caixa Econômica, que é uma instituição pública."

O BC dará início agora a um processo administrativo de investigação para apurar a origem e os responsáveis pelos problemas no PanAmericano, em processo que deve levar "certo tempo", segundo a fonte. Caso sejam detectados desvios de conduta previstos na legislação, o BC agirá administrativamente, e outras instâncias poderão ser acionadas para tomar medidas legais.

Supervisão

 A fonte refuta a hipótese de a fiscalização do BC ter falhado, impedindo o banco de agir antes que o problema se tornasse tão grande. Evitar que todos os bancos apresentem qualquer tipo de problema só seria possível se o BC administrasse diretamente todas as instituições, afirmou.

"O Banco Central não faz isso, o Banco Central supervisiona, acompanha, busca por indícios, apura essas questões, e eventualmente detecta um problema aqui, um problema ali." Uma prova da eficiência da supervisão bancária brasileira seria o fato de que instituições não quebraram durante o auge da crise financeira global, disse.

Sobre eventuais erros cometidos por auditorias contratadas pela Caixa antes de adquirir participação no Panamericano em dezembro do ano passado, a fonte afirmou que não cabia ao BC supervisionar essa investigação, mas que o BC denunciará eventuais indícios de ilegalidades.

A fonte negou, ainda, que o BC tenha protelado ações no Panamericano por conta das eleições presidenciais.

"O calendário não foi determinado pelo Banco Central, foi determinado pela capacidade de se buscar adequada solução para o problema."

Fonte: Uol Economia.

Nenhum comentário: